Moby Dick - Herman Melville




MELVILE, Herman. Moby Dick. São Paulo: CosacNaify, 2008. 656 páginas.



E então eu li Moby Dick! 

Esse é um livro que povoa o nosso imaginário desde a tenra idade. Sempre vamos lembrar do capitão à procura do famoso cachalote e só. Pelo menos sempre foi esse "resumo" que trazia comigo acerca dessa grande obra da literatura mundial.

Gosto de livros, digo, do objeto livro também. Foi assim que surgiu meu desejo de comprar a edição da Cosac, naquela época (já se vão bons anos, essa edição é de 2008). E o livro ficava ali na estante, lindo, decorando, e eu sempre ensaiando: "um dia leio, um dia leio."

Minha primeira tentativa foi em 2014, li até a página 13, justamente onde o título era "Excertos (fornecidos por um sub-sub-bibliotecário)" e parei. O doutorado não me deixou nem começar a aventura atrás de Moby Dick. E então, fiz outra promessa: "acabando o doutorado", quero ler tudo que não pude.

Foi aí que logo depois da defesa do doutorado em Julho de 2017, comecei a olhar para a minha estante e começar a escolher os primeiros livros que me colocariam de volta ao universo da literatura não acadêmica. E Moby Dick estava lá, junto de várias dezenas de outros livros que aguardavam a sua vez.

No final de Dezembro de 2017, conheci o canal da Tati Feltrin (e muitos outros canais), e ela propôs um projeto de leitura conjunta para ler Moby Dick começando em Janeiro e assim eu comecei a leitura que tanto me cativou. 

Não faço resenhas como todo mundo por aí, então a partir daqui vou descrever minhas impressões e sentimentos de leitura.

Não me assusto com o tamanho (físico e número de páginas) de livros, mas esse em especial e acredito que vários outros clássicos nos dão receios. Mas para minha surpresa, as primeiras cem páginas fluíram de forma muito boa e divertida. Sim, dei boas gargalhadas com o Ishmael, nosso personagem narrador e também figura bem importante na história. 

A cada página ficava bem curiosa para conhecer o famoso capitão Ahab que aparecia nos capítulos da obra, quando os marinheiros já estavam a bordo do Pequod, o barco baleeiro. Confesso que os capítulos mais técnicos, ou seja, aqueles que abordam as partes do navio, instrumentos de pesca, bem como os capítulos de cetologia (estudo das baleias), são deveras cansativos, pela configuração da descrição. Mas depois que você passa deles, você percebe que foram importantes para a construção da narrativa e para que você compreenda quem é a famosa Moby Dick.

Uma coisa bacana nessa edição (não sei como são as outras), temos o mapa para acompanharmos a viagem do Pequod em busca de MD. Veja na figura abaixo.





De acordo, com o avanço dos capítulos e da navegação, a tripulação vai se aproximando do cachalote. Antes de chegar até lá, teremos vários acontecimentos, a rotina do navio, as relações entre os tripulantes, entre esse e outros navios baleeiros, e assim, por diante.

Podemos resumir o livro na busca do ser humano e encontro consigo mesmo, para minha não foi uma viagem para vingança ou para a pesca de uma baleia. Mas sobre o ser humano, suas relações com o outro, com a natureza e como se adaptar e superar obstáculos. E não deixar o que você pode fazer hoje, para uma outra pessoa ou geração. Você deve morrer tentando!

Recheado de passagens filosóficas e bíblicas, nos faz refletir sobre muitas coisas. Mesmo sendo escrito em 1851, considero bastante atual e fascinante.

É uma leitura que ao final da última página deixa saudades e ficará com você por muito tempo!

Quem quiser ouvir o áudiobook é só clicar nesse endereço (em inglês): http://www.mobydickbigread.com/


Recomendo a leitura e deixo um vídeo da Casa do Saber para quem quiser ouvir um especialista falar, o José Garcez Ghirardi!







Outro programa bem interessante sobre a obra é o do Literatura Fundamental do canal da Univesp, deixo o vídeo abaixo, vale a pena.







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