Soneto...



Soneto


Pela minha vida, 
Sem suspiro, via uma dor sombria.
Dos meus sonhos, a florescência pura
É a bênção de meu mais tranquilo dia.




Às vezes cruza a trilha que acompanho
A grande questão. Sigo assim, frio, 
Pequeno, como à margem de um rio
Do qual não ouso medir o tamanho.




Então me vem um lamento, um torpor
Cinza como, nas noites de verão,
Céus em que raro uma estrela se acende,




Minhas mãos tateiam por amor,
Porque gostaria de fazer uma oração
Mas ela escapa à minha boca quente...


(Franz Kappus)


*poema se encontra no livro Cartas a um jovem poeta - Rainer, eu falei um pouquinho dele aqui.

Comentários

Dani disse…
Lindo!

beijo rouge

Dani
Que lindo poema, Letícia! Você sempre posta coisas maravilhosas por aqui... sempre mesmo!

Adoro passar no seu cantinho, pois sei que terei alimento pra alma!

Há, mesmo, momentos tão sagrados na vida, que escapam de nossas palavras...

Muito bonito!

Beijos, querida!