Falando ao mundo...



Foto: Juvio ER Oliveira

De uma cidade qualquer, numa data qualquer, em um ano qualquer



Olá, Mundo!


Tudo bem?

De uns tempos para cá, ando meio cismada em lhe escrever. Pois o barulho da humanidade tem me deixado atordoada e meus pensamentos desconexos. Não sei muito bem, como você irá receber minhas linhas. Mas mesmo assim, resolvi escrever, faz tempo que não nos falamos.

Queria te dizer que sinto falta do aroma das manhãs frias, e o cheiro do café que acabou de ser coado. Sinto falta também das gargalhadas pela manhã e os passarinhos que passavam em revoada.

O barulho que hoje escuto, não se parece em nada com a melodia que há tempos não tenho o prazer de ouvir. 

As cores então... Ah, as cores... de repente sumiram. Tudo anda tão cinza e silencioso, e paradoxalmente, barulhento.

Sabe, Mundo, eu fico a pensar, se um dia, tudo vai voltar a ser como antes: passarinhos em revoada, cores vibrantes, uma brisa tão boa, o aroma do café acabado de ser coado, e claro, as gargalhadas pela manhã.

Bom, eu acho que não! Tudo isso vi ficar na minha memória para sempre, como algo bom, imutável, apenas para mim.

Mas eu não poderia deixar de lhe escrever, para que você soubesse o quanto me sinto triste e saudosa de tudo isso.

Sorte para nós!

Com carinho,


Letícia Alves


Comentários

Ingrid disse…
O velho mundo...
Beijossss...
Que em algum momento tudo possa parecer mais ameno e suave aos nossos olhos...

Belo desabafo!

Beijos, querida Leticia... ^^
Lunna Guedes disse…
Você me fez respirar fundo aqui e pensar nas coisas que vão se amontoando junto a pele. As vezes é bom dizer "bom dia mundo, vai andar por favor"... rs

bacio
Cartinha libertadora essa :)
Talvez falar do que se passa ao redor seja mais ameno, do que do mundo dentro de nós... taí, gostei dessa carta!