(In) dor...
A dor que consome meus dias
vem lá do fundo da alma e corta de um jeito que nem a mais pura lâmina de aço
forjado conseguiria.
Dilacerante e angustiante
não escolhe hora, lugar, apenas chega, cortando e rasgando meu peito e me deixa
sem ar, como se estivesse a flutuar em mundo desconhecido.
(In)dor, intransigente,
pulsante e que não declina, não se curva e se instala como um parasita que suga
todas as forças existentes e até aquelas bastante remotas.
Fadiga que acompanha o
tilintar do relógio, as nuvens que passam rapidamente sobre a minha cabeça, o
tempo vai passando, e tudo ganha uma dimensão imensa.
Fora de mim, fora de tudo, pés
sem caminho, direções diversas, pedras na espreita e meu coração a palpitar
mais aceleradamente do que o normal.
Sombras soturnas, ruídos
desconexos, respiração a falhar, e de onde vem esse mar de lágrimas que inunda
minh’alma e transborda a dor que há muito se encontra instalada.
O mundo continua dando
voltas, completas, eu diria, mas nesse infinito de dor, parece-me que ele não
está dando voltas, permanece imóvel e para mim tenebroso.
Sinto-me cansada,
extremamente fadigada e totalmente sem rumo no escuro das noites, no quarto e
com a respiração a falhar.
Não enxergo mais cores, tudo
é cinza e frio, sentimento que invade um coração que tem lutado tanto, tanto,
mas que chora, está triste e dilacerado.
E nesse interminável túnel
de dor, a luz ainda é sombria, e o caminhar tem se tornado lento...
(In)suportável dor,
(In) suportável caminhar,
(In) suportável respirar...
Por
Letícia Alves
Comentários
Quando sentimos assim, é melhor evitar qualquer movimento, pelo menos sempre foi comigo. Embora nao saibamos com certeza, é provável que tais sentimentos caiam e quebrem, como um espelho quando espalha os cacos por toda parte, deixando pra sempre escorregadio, impedindo o nosso caminhar, nosso ir em frente, e tudo que nos resta é “seguir em frente”.
Falar a verdade, quando leio posts assim fico preocupada...
Beijos!
Respirando fundo no três. rs
bacio