O amor, quando se revela…
O amor, quando se revela…
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p’ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar…
Fernando Pessoa
Comentários
bjos fofos
Esse poema também estava lá. Adoro Fernando Pessoa.
E meus cadernos estão aqui até hoje! rsrsrs
Beijão com gosto de doce caseiro! kkkkkkkk
Ótima semana!
E tem tudo a ver com o que tem escrito aqui no seu blog.
Beijos
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!"
Tantas coisas sentimos e não ousamos falar...
Tudo de Amor pra você minha linda.
Bjs
Mahria
"Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar…"
Um bjo!
Grande beijo...
Adoro poemas onde os jogos de palavras são bem jogados e o encanto final vem desde o começo, a encantar verso a verso ...
E a última estrofe fecha com um sorriso um poema belíssimo!
bjinhos da Madrasta!
Fique com Deus, menina Tempestade.
Um abraço.